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"DE MALUQUINHOS A EMBURRECIDINHOS" Professor Roberto Boaventura analisa o “emburrecimento endêmico”

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Neste artigo eu ainda poderia falar da greve das federais de ensino superior; afinal, o movimento continua forte e o governo Dilma/PT insiste em não dialogar. Somado a isso, alhures, como na UnB, há sindicalistas pelegos golpeando a categoria. Em outros (Federal da Bahia), os professores retiraram de cena uma diretoria pelega. A efervescência é geral. Todavia, hoje, apresentarei outras preocupações. Começo destacando a entrevista ( leia aqui ) que Ziraldo – escritor que se especializou para contemplar nossos “meninos maluquinhos” – concedeu para o Uol Notícias, de 14/08. Sob o título “Muitos pais não percebem, mas seus filhos se tornaram idiotas”, afirmação daquele escritor durante a entrevista, o jornalista Guilherme Solari construiu importante matéria, da qual destaco a ênfase dada por Ziraldo ao processo de “emburrecimento endêmico da sociedade”. Claro que Ziraldo não disse novidade. Particularmente, eu também já falei a respeito e, sempre que posso, reafirmo. Em geral, minhas refle

Opinião: Professor Roberto Boaventura analisa a perda da régua e do compasso na educação brasileira

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SEM RÉGUA E SEM COMPASSO Mesmo no auge da ditadura, no álbum Cérebro eletrônico, Gilberto Gil cantou, em “Aquele abraço”, os seguintes versos: “Meu caminho pelo mundo, eu mesmo traço// A Bahia já me deu régua e compasso...” Mas isso já faz décadas. Foi quando a “erva do capeta” era o maior dos escapes da “juventude transviada”. Foi quando aquilo não impedia ninguém de ficar, “sentado ali, na grama do aterro sob o sol, observando hipócritas, disfarçados, rondando ao redor”, ou só olhando “...estrelas junto à fogueirinha de papel”. Mal se sabia o tanto que ainda se teria de pedir, todos os dias e com muitas lágrimas, “No woman, no cry”. Fico pensando se hoje, algum compositor sério (espécie em extinção), lançando olhar para a sociedade, teria condições de cantar versos tão incisivos quanto aqueles acima; afinal, conforme aponta o mapa da violência, nosso país é um dos mais agressivos do planeta. Num doloroso resumo, as mortes de brasileiros com até 19 anos cresceram mais de 370% desde a

Em artigo publicado pela Folha de São Paulo, professor da USP defende o fim da Polícia Militar

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Pela extinção da PM Ação da PM contra mobilização estudantil na USP No final do mês de maio, o Conselho de Direitos Humanos da ONU sugeriu a pura e simples extinção da Polícia Militar no Brasil. Para vários membros do conselho (como Dinamarca, Espanha e Coreia do Sul), estava claro que a própria existência de uma polícia militar era uma aberração só explicável pela dificuldade crônica do Brasil de livrar-se das amarras institucionais produzidas pela ditadura. No resto do mundo, uma polícia militar é, normalmente, a corporação que exerce a função de polícia no interior das Forças Armadas. Nesse sentido, seu espaço de ação costuma restringir-se às instalações militares, aos prédios públicos e aos seus membros. Apenas em situações de guerra e exceção, a Polícia Militar pode ampliar o escopo de sua atuação para fora dos quartéis e da segurança de prédios públicos. No Brasil, principalmente depois da ditadura militar, a Polícia Militar paulatinamente consolidou sua posição de responsável pe

Opinião: Medidas da presidente

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Provocativamente, dedico este artigo aos estudiosos (e estudiosas) que investem em teorias enaltecedoras do papel de alguns grupos sociais no poder. A mulher é um desses grupos. Tais teóricos creem que isso humanizaria as relações político-sociais, vistas como machistas desde a expulsão de Eva e Adão de um fictício paraíso. Por que dedico estas reflexões a esses colegas? Porque – até onde sei – não condenaram o discurso de Dilma Rousseff sobre o resultado do Produto Interno Bruto (PIB), referente ao mês de maio. Na hora de campanhas eleitorais, esses colegas, alopradamente, desfraldam tais bandeiras; quando, por honestidade acadêmica e cidadania real, deveriam se posicionar, permanecem no silêncio. Segundo o Banco Central, houve naquele período um encolhimento de 0,02% de nosso PIB, que é a soma das riquezas produzidas pelo país naquele mês. Além disso, sabe-se também que, nos últimos doze meses, nossa economia cresceu apenas 1,27%, abaixo das projeções oficiais. Diante da realidade, D

"Basta a cada dia o seu mau" - Kleber Silva analisa o sistema habitacional de São Paulo

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Incrível é criminalizar Pinheirinho, tratar a população da Luz como fantasmas, moradores de rua, adultos e adolescentes viciados em crack, cortiços e prostituição. Degradação social? O bairro da Luz é o melhor local para viver, pois é de fácil acesso e comporta ao seu redor grande cenário cultural: Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu da Língua Portuguesa, Sala São Paulo, Museu da Resistência, Parque Jardim da Luz, Museu de Arte Sacra. Tudo isso ligado a nova linha amarela do metro, linha azul, CPTM e SPTrans. Em breve essa mesma região receberá o novo Complexo Cultural – Teatro da Dança e revitalização do entorno. Mas enquanto houver pobre e trombadinha a obra não sai. A especulação imobiliária no centro de São Paulo, Barueri e Santana de Parnaíba é justificada pela classe dominante, onde uma questão relevante é deixada de lado: a invasão das terras em Alphaville. Condomínios construídos em cima das terras da União, antigas terras indígenas. Empreendimento ilegal. Descer a borrach