Nem Abílio, nem Emanuel!

Abílio Junior (Podemos) e Emanuel Pinheiro (MDB)

O PSOL Cuiabá não apoia o Emanuel Pinheiro (MDB) nem o Abílio Junior (Podemos). Está correto! Essa é a posição de classe que preserva a independência dos trabalhadores. 

Abílio já deu a entender inúmeras vezes que tem ojeriza aos servidores públicos e sonha em privatizar tudo que puder. Quer alimentar os tubarões sedentos em lucrar com a pilhagem do Estado. Suas posturas machistas e preconceituosas causam indignação em qualquer pessoa sensata. É um aprendiz de Bolsonaro que tenta emplacar um discurso anticorrupção, mas, na verdade, é um oportunista político pronto para se apresentar como marionete de uma elite em decomposição. Não é à-toa os apoios do Governador Mauro Mendes e uma penca de empresários ou políticos burgueses. 

Do outro lado, o atual prefeito é a representação e continuidade da “velha política”. Por conta do episódio do terno, muitas pessoas associam a Pinheiro o jargão atribuído ao malufismo “rouba, mas faz”. Emanuel encaminhou a aprovação da reforma da previdência na capital, que retira direitos e aumenta a alíquota de desconto aos servidores. Na educação, Pinheiro descumpriu o acordo selado entre a prefeitura e o sindicato dos profissionais da educação, o SINTEP. Para piorar, negou o pagamento do RGA aos servidores, que acumulam perdas salariais em meio a uma pandemia. Não é preciso detalhar a situação do transporte público — com a farra dos capitalistas que entregam sucatas lotadas em troca de tarifas superfaturadas (como já apontou uma CPI da Câmara de Vereadores). A situação é semelhante com os serviços públicos inexistentes nos bairros. 

O dinheiro da prefeitura vai para as terceirizadas e para uma dívida pública impagável (que não foi o povo que fez, mas já foi paga inúmeras vezes e mesmo assim continua aumentando). Abílio não propõe mudar nada, seu discurso populista encobre a intenção de trocar as terceirizadas e os comissionados atuais, pelas terceirizadas e comissionados amigos de seu grupo. Apela para um discurso (falso)moralista, mas que segue a retórica negacionista. 

Ou é o mal, ou é o mal menor? Essa é uma falsa dicotomia, que esconde como as coisas de fato acontecem. As eleições não são o fim e não podem resolver os maiores problemas do povo, como muitos querem fazer parecer. O prefeito que vai ser eleito terá a caneta na mão, é verdade. No entanto, em último caso, quem decide é a luta de classes. O peso da caneta é determinado pela correlação de forças na sociedade. É a capacidade de luta dos trabalhadores que pode ser o pêndulo dessa equação. 

Nossa tarefa é a organização independente dos trabalhadores. É preciso ter clareza de quem são os inimigos, sem se dissolver ou se adaptar. Enfrentaremos duros ataques do próximo prefeito, Abílio ou Emanuel. Entretanto, é preciso acreditar na capacidade de nosso povo, que já fez importantes e vitoriosas lutas. Afinal, nossos sonhos não cabem nessas urnas.

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