A morte não finge

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso teve um dia de fingimentos. O Governador Mauro Mendes (DEM) encaminhou o projeto de Lei que previa a antecipação de 5 feriados — o feriadão de 10 dias começaria no dia 26 para amenizar o pico da pandemia. O PL foi derrubado por ampla maioria, o único voto a favor veio ironicamente da oposição, do deputado Lúdio Cabral (PT). 

Ao que se sabe, Mauro Mendes (DEM) é um experiente político e possui uma base sólida de apoio na ALMT. Ou seja, ao menos que Mendes não governa mais (não parece real essa hipótese), ele apenas fingiu querer decretar o feriadão — para ninguém dizer que ele não tentou. 

Vários deputados comemoraram que não vai ter o feriadão. Argumentos como “feriadão não resolve, é preciso outro tipo de medidas”, foram os mais ouvidos — como se os deputados estivessem preocupados em outras medidas realmente duras de combate ao coronavírus. No entanto, eles fingem. A eminente falta de oxigênio nos hospitais, isso não finge. 

Obviamente que um feriado de 10 dias seria pouco, contudo, é melhor que nada. Os organismos científicos dizem que o isolamento social é a principal medida para conter o colapso do sistema de saúde, o ideal seria um lockdown de verdade, com o Governo e as grandes empresas abrindo caixa para bancar os trabalhadores (assalariados e autônomos) em isolamento. Isso o governador finge não poder. 

O coronavírus agradece aos deputados e ao Governador — e não adianta pegar o jatinho para o Albert Einstein, lá também está ficando sem vaga. A classe política no capitalismo é um fingimento constante — mesquinhos que defendem apenas os interesses de uma elite putrefata.

Comentários