Manifestação pela revogação do aumento na tarifa agita a prefeitura e câmara de vereadores

(Foto: Elisamar Gois/Centro Oeste Popular)
Mais uma manifestação no centro de Cuiabá pela revogação do aumento na tarifa do transporte público na capital. Desta vez os manifestantes se dividiram em duas partes. Uma se concentrou em frente à prefeitura e a outra na câmara de vereadores.

Na câmara de vereadores os manifestantes tinham agendado duas falas na tribuna, no entanto, somente uma delas ocorreu e a outra intervenção foi impedida pela "casa do povo".  João Dourado, Presidente da CUT-MT, interviu no plenário explicando que o aumento não se justifica e exclui milhões do direito de ir e vir no transporte público.

Em frente a prefeitura diversas lideranças do movimento sindical, popular e estudantil protestavam contra o prefeito Mauro Mendes (PSB). A prefeitura havia se comprometido de dar uma resposta neste dia 5 sobre a possibilidade da redução na tarifa. Mas ninguém da prefeitura apareceu para dar satisfação, mostrando o caráter desse novo prefeito, que sempre que solicitado atende os empresários e por outro lado se isola do diálogo com o povo e suas organizações de luta.

Entenda

Os empresários do transporte em acordo com a prefeitura de Cuiabá aumentaram o valor da tarifa do transporte público no dia 28 de dezembro de 2012. O reajuste foi de R$ 2,70 para R$ 2,95 sem aviso prévio e consulta à população.

A justificativa dos empresários foi a apresentação da planilha de custos, alegando que os gastos para a manutenção dos serviços aumentaram. Porém, a planilha é mantida em segredo e até hoje não foi disponibilizado para consulta pública, infringindo a lei de publicidade nas ações públicas.

Os movimentos sociais (sindicais, estudantis e populares) explicam que a planilha é super-faturada. A CPI do Transporte, organizada pela câmara de vereadores em 2005, confirmou o super-faturamento nas planilhas. Mas a principal alegação é que a tarifa é muito cara para a realidade geral dos trabalhadores. Estudos realizados pelo Instituto de Política Econômica Aplicada (IPEA), constatou que os aumentos na tarifa excluem 30% da população do direito de utilizar os serviços. Por isso a reivindicação central é a revogação do aumento, medida que vem sendo negada pelo prefeito Mauro Mendes.

Os protestos pedem também a ampliação do Passe Livre aos estudantes, se estendendo aos fins de semana e no contra-turno de estudo.

A luta continua

Novas mobilizações devem ocorrer nas esferas judiciais e na forma de protestos de rua. Uma reunião está marcada para o dia 13 de fevereiro, quarta-feira, na sede do DCE da UFMT. Na ocasião será tirado as próximas ações da luta.

Foto: DCE-UFMT
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