Diário de Cuiabá denuncia os aumentos abusivos na tarifa do transporte
Segue abaixo reprodução na íntegra da matéria do jornalista Helson França, publicada nesta segunda-feira (14) pelo jornal Diário de Cuiabá como manchete de capa denunciando os aumentos abusivos na tarifa do transporte público em Cuiabá:
Coletivo está mais caro e a qualidade do serviço, que atende
330 mil por dia, continua precária
Superlotação, calor em excesso, falta de assentos, dificuldades para comprar uma passagem, atrasos, sensação de insegurança e uma das tarifas mais caras do País. São algumas das questões que fazem com que andar de ônibus em Cuiabá seja um exercício de paciência e tolerância para os 330 mil usuários diários do transporte coletivo.
Em 10 anos, a inflação medida pelo Índice Geral de Preços e Mercado (IGPM) foi de 105%. Porém, nesse mesmo período, o preço da tarifa na Capital não acompanhou o ritmo e aumentou 145%, saltando de R$ 1,20 para R$ 2,95. Significa dizer que o aumento da passagem foi 42% acima da inflação.
Dentre as capitais brasileiras, o preço da tarifa de Cuiabá é a segunda mais alta do País, ficando atrás apenas de São Paulo. O valor da passagem de ônibus na maior cidade do Brasil é de R$ 3,00.
“Não dá para entender para onde vai o dinheiro. Com uma tarifa tão cara como essa, os ônibus deveriam ter o mínimo de conforto e pontualidade, coisa que não existe no transporte público daqui de Cuiabá”, reclama o publicitário João Figueiredo Neves, 29 anos.
Morador do bairro Araés, ele gasta, diariamente, R$ 11,80 com passagens de ônibus para sair de casa para o trabalho e retornar ao lar.
Apesar de ser considerada uma das cidades com a temperatura mais alta do País, a maioria dos coletivos na Capital não possui ar-condicionado. O problema é agravado pela superlotação. Nos horários de pico, principalmente entre 06h30 e 08h e 18h e 19h, quando acontece a entrada e saída nas escolas/empregos, a situação se complica ainda mais.
O aperto nos coletivos, misturado ao clima abafado e ao mau cheiro, contribuem para a atmosfera pesada que se faz presente durante os trajetos. É difícil encontrar no rosto de cada passageiro uma expressão que não seja fechada e mal humorada.
Para os cadeirantes o problema é ainda maior, pois grande parte dos ônibus não tem adequação ou motoristas preparados para atendê-los. Que o diga Robson Mesquita, 34 anos.
Na quinta-feira (10), ele tentava pegar um ônibus para ir da avenida Fernando Corrêa da Costa ao bairro Tijucal. Por duas vezes, o cadeirante havia tido o embarque rejeitado, pois nos respectivos ônibus não havia espaço para ele, devido, à superlotação e aos problemas no elevador.
Na medida em que Robson tentava embarcar em outros coletivos, os obstáculos se alternavam. Ora era a falta de instrução do motorista em relação ao equipamento, ora era algum defeito do próprio elevador.
Enquanto isso, alguns passageiros se irritavam com a demora. “Tenho hora para trabalhar!”, reclamavam duas mulheres de dentro do ônibus que ficou parado por alguns minutos sem sucesso no embarque do cadeirante.
“Isso é todo dia. É complicado”, resignou-se.
Em Cuiabá, a frota de ônibus é de 380 veículos. Conforme a Associação Mato-Grossense dos Transportes Urbanos (MTU), o preço da tarifa é baseado em cálculos de gastos devidamente comprovados junto ao Ministério dos Transportes. A MTU ainda ressalta que o reajuste foi aprovado por unanimidade pelo Conselho Municipal de Transporte e que, na ocasião, o valor aprovado ficou acima de R$ 3,00 – abaixando para R$ 2,95 por determinação do então prefeito, Chico Galindo (PTB).
Fonte: Helson França / Diário de Cuiabá
Coletivo está mais caro e a qualidade do serviço, que atende
330 mil por dia, continua precária
Superlotação, calor em excesso, falta de assentos, dificuldades para comprar uma passagem, atrasos, sensação de insegurança e uma das tarifas mais caras do País. São algumas das questões que fazem com que andar de ônibus em Cuiabá seja um exercício de paciência e tolerância para os 330 mil usuários diários do transporte coletivo.
Em 10 anos, a inflação medida pelo Índice Geral de Preços e Mercado (IGPM) foi de 105%. Porém, nesse mesmo período, o preço da tarifa na Capital não acompanhou o ritmo e aumentou 145%, saltando de R$ 1,20 para R$ 2,95. Significa dizer que o aumento da passagem foi 42% acima da inflação.
Dentre as capitais brasileiras, o preço da tarifa de Cuiabá é a segunda mais alta do País, ficando atrás apenas de São Paulo. O valor da passagem de ônibus na maior cidade do Brasil é de R$ 3,00.
“Não dá para entender para onde vai o dinheiro. Com uma tarifa tão cara como essa, os ônibus deveriam ter o mínimo de conforto e pontualidade, coisa que não existe no transporte público daqui de Cuiabá”, reclama o publicitário João Figueiredo Neves, 29 anos.
Morador do bairro Araés, ele gasta, diariamente, R$ 11,80 com passagens de ônibus para sair de casa para o trabalho e retornar ao lar.
Apesar de ser considerada uma das cidades com a temperatura mais alta do País, a maioria dos coletivos na Capital não possui ar-condicionado. O problema é agravado pela superlotação. Nos horários de pico, principalmente entre 06h30 e 08h e 18h e 19h, quando acontece a entrada e saída nas escolas/empregos, a situação se complica ainda mais.
O aperto nos coletivos, misturado ao clima abafado e ao mau cheiro, contribuem para a atmosfera pesada que se faz presente durante os trajetos. É difícil encontrar no rosto de cada passageiro uma expressão que não seja fechada e mal humorada.
Para os cadeirantes o problema é ainda maior, pois grande parte dos ônibus não tem adequação ou motoristas preparados para atendê-los. Que o diga Robson Mesquita, 34 anos.
Na quinta-feira (10), ele tentava pegar um ônibus para ir da avenida Fernando Corrêa da Costa ao bairro Tijucal. Por duas vezes, o cadeirante havia tido o embarque rejeitado, pois nos respectivos ônibus não havia espaço para ele, devido, à superlotação e aos problemas no elevador.
Na medida em que Robson tentava embarcar em outros coletivos, os obstáculos se alternavam. Ora era a falta de instrução do motorista em relação ao equipamento, ora era algum defeito do próprio elevador.
Enquanto isso, alguns passageiros se irritavam com a demora. “Tenho hora para trabalhar!”, reclamavam duas mulheres de dentro do ônibus que ficou parado por alguns minutos sem sucesso no embarque do cadeirante.
“Isso é todo dia. É complicado”, resignou-se.
Em Cuiabá, a frota de ônibus é de 380 veículos. Conforme a Associação Mato-Grossense dos Transportes Urbanos (MTU), o preço da tarifa é baseado em cálculos de gastos devidamente comprovados junto ao Ministério dos Transportes. A MTU ainda ressalta que o reajuste foi aprovado por unanimidade pelo Conselho Municipal de Transporte e que, na ocasião, o valor aprovado ficou acima de R$ 3,00 – abaixando para R$ 2,95 por determinação do então prefeito, Chico Galindo (PTB).
Fonte: Helson França / Diário de Cuiabá
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